segunda-feira, janeiro 21, 2008

Linhas

São linhas. Se olhares direito são, somente, linhas. Aquilo que nos prende, sim. São linhas de um carrinho de linhas de uma velha caixa de costura. São linhas pretas, brancas, azuis, amarelas, laranjas, vermelhas, verdes, violetas, linhas de todas as cores e cor nenhuma; linhas transparentes, translúcidas.
São linhas. Linhas tristes, linhas alegres, linhas que falam e que contam histórias de fadas, que cantarolam histórias de embalar, que recitam estórias nossas.
São linhas que tecem pecados, que unem pensamentos, que cosem feridas.
São linhas que, um dia, poderão ser cortadas por uma tesoura; quer seja ela pequenina, quer seja ela uma tesoura de gigante. Ou, então, podem, simplesmente, rasgarem-se. São linhas que se podem rasgar, de facto. Ou que se podem desgastar e romper por cansaço.
São linhas finas. Frágeis. Delicadas. Por isso, preciosas.
São estas linhas que me unem a ti. São estas linhas que quero que perdurem. São estas linhas que seguem, em paralelo, com as tuas; tantas vezes, sobrepostas; algumas afastadas. São estas linhas que quero cuidar, pelas quais quero e preciso de estar atenta.
Porque um dia em que não hajam mais linhas...
...não há mais Amor.