Preciso de um homem, admito.
Nem é necessário ser bonito e elegante, extrovertido e inteligente. Nem sequer preciso de me apaixonar por ele, amá-lo loucamente, casar e ter filhos.
Só preciso dele, como homem.
Preciso que me dê atenção, me massage as pernas cansadas e me faça "cafunhé" na cabeça até adormecer. E depois, quando acordar, que me beije e me traga um pequeno-almoço reforçado, que me prepapare a banheira para trinta minutos de esquecimento e que me ofereça uma peça de roupa nova.
Não quero que me oiça atentamente, que me compreenda, me aconselhe.
Preciso que seja como um saco de boxe, para poder descarregar nele, sem remorsos, toda a raiva energizante.
E não me acusem de violência doméstica e, já agora, quem o fizer, que atire a primeira pedra como nunca teve vontade de aliviar a pressão. [pois, bem me pareceu...]
Ele não tem de ser doutorado, não precisa sequer de saber ler ou escrever; basta dar-me o seu instinto animal e fico feliz...
Mas a quem tento eu enganar?
Eu preciso é de uma Mulher!
quinta-feira, julho 21, 2005
segunda-feira, julho 11, 2005
Beijos
Uma harpa crua isola o som arrepiante do Amor; não de um Amor Eterno (porque este acaba sempre por cair na malha do esquecimento...) mas sim de um Amor ingénuo e infantil que adultera o meu corpo selvagem.
Suspiro para evitar a solidão e oiço os teus passos remotos, passando pela sala desguarnecida. O tiquetaque do teu andar ecoa nas paredes nuas e obriga-me a mendigar um beijo teu que me faça esquecer todos os outros que já dei...
Neste cenário de perigo, o espelho é apenas a única barreira entre a minha boca e os teus lábios. Escondemo-nos entre as paredes, criando o suspense do primeiro passo. Eu ou tu. E avançamos juntos, caindo sobre ambos os braços num beijo desequilibrado mas familiar. Não era a primeira vez que te beijava ou que me davam um beijo destes.
Suspiro para evitar a solidão e oiço os teus passos remotos, passando pela sala desguarnecida. O tiquetaque do teu andar ecoa nas paredes nuas e obriga-me a mendigar um beijo teu que me faça esquecer todos os outros que já dei...
Neste cenário de perigo, o espelho é apenas a única barreira entre a minha boca e os teus lábios. Escondemo-nos entre as paredes, criando o suspense do primeiro passo. Eu ou tu. E avançamos juntos, caindo sobre ambos os braços num beijo desequilibrado mas familiar. Não era a primeira vez que te beijava ou que me davam um beijo destes.
E nesse momento apercebi-me que és sempre tu que conquistas a minha fantasia e constróis o meu idílio. Todos os beijos que me dás anulam os anteriores, mas lembram-me que são todos idênticos. Porque, mesmo que o amor eterno se esqueça, permanecerão os beijos que me dás nos meus sonhos.