Estás de pé, no topo da sala, com uma luz amarelada reflectida no rosto; como estás bonito. Se pudesse, se não me faltasse a coragem, chegava-me a ti, levava as minhas mãos de encontro à tua face e, lentamente, conduzia os meus lábios na direcção da tua boca e, suavemente, deixava-me morrer afogada na tua língua.
Mas falta-me a coragem...por isso, deixo-me ficar aqui no canto, a observar essa luz que te envolve, que te põe a dançar para mim, num swing do qual adoraria fazer parte. Os nossos corpos, juntos, em harmonia, dançando de cá para lá...swing, swing...
E a luz apaga-se.
E eu deixo de te ver...
sexta-feira, abril 27, 2007
segunda-feira, abril 02, 2007
Porque voltaste? Não sei porque voltaste!
Porque voltaste?, perguntei-lhe...entre um beijo e outro, ele olha para mim, penetra-me com o olhar mais vago que alguma vez conheci. Tento decifrar-lhe as letras que lhe aparecem na face, ler-lhe os pensamentos, descortinar sentimentos, chegar-lhe ao mais ínfimo nervo do seu sistema; mas é como que uma cortina de ferro, erguida até ao céu, a qual não consigo transpor por mais flexível que seja.
Porque voltaste?, perguntei-lhe. Sorri-lhe, para desbravar o caminho da cumplicidade e dedicação, para se sentir em casa, em minha casa: dentro de mim. Mas nem isso o fez demover daquele silêncio que, conjugado com a chuva lá fora e com as nossas respirações, obrigaram-me a gritar a mudez que ele me impõe.
Não sei porque voltaste, disse-lhe, finalmente. E ele permaneceu, olhou para mim, anuiu. E, depois, ficámos por ali.
Porque voltaste?, perguntei-lhe. Sorri-lhe, para desbravar o caminho da cumplicidade e dedicação, para se sentir em casa, em minha casa: dentro de mim. Mas nem isso o fez demover daquele silêncio que, conjugado com a chuva lá fora e com as nossas respirações, obrigaram-me a gritar a mudez que ele me impõe.
Não sei porque voltaste, disse-lhe, finalmente. E ele permaneceu, olhou para mim, anuiu. E, depois, ficámos por ali.