segunda-feira, outubro 18, 2004

N�o conhe�o. Divulgo, expando, permane�o. N�o conhe�o. Nem esta rua, nem t�o pouco aquele caf�. N�o faz parte de mim, n�o perten�o ao Mundo, pelo menos a este que aqui se apresenta.

N�o conhe�o. N�o sei andar por estas ruas, perco-me a cada esquina, palmilho com medo a cal�ada e escorrego sempre que ela se apercebe-me que sobre a sua pele caminha um desconhecido.

N�o conhe�o. Sei que sou daqui, que vivo ali, mas n�o vivo, apenas moro. Sobrevivo. N�o fa�o parte daquela casa, das paredes que a erguem. N�o as conhe�o, nunca lhes falei.

Esqueci-me ou perdi-me nas fantasias.

N�o conhe�o, n�o me obriguem a repetir. N�o me lembro e admito-o. Se soubessem o quanto � dificil ter a no��o de se ter perdido toda a no��o. Saber, antecipadamente, que me vou esquecer de tudo o que um dia conheci. Mas que n�o conhe�o mais.

E esse para�so desenha-se a l�pis por um pintor famoso, cego de sentimentos, frio como a pedra na qual hoje me sento e reflicto. N�o a conhe�o. Nem a mim j� me conhe�o.

Perdi-me no para�so do esquecimento e daqui n�o saio. N�o por n�o conseguir, mas sim por n�o querer. Porque n�o conhe�o e assim sinto-me feliz...por n�o conhecer.



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