Sabes,
andei triste.
Cada vez que pensava em ti e em nós, ficava triste. Não aquela tristeza moribunda que vagueia pelos cantos da cidade, lamentando-se e pedindo esmola; mas sim aquela tristeza que aperta o coração e nos deixa praticamente sem forças para erguer o corpo...que nos assusta, que nos coloca entre a espada e a parede a todo o segundo...aquela tristeza que me [nos] corta a respiração!
Achei que nos teríamos perdido nas malhas do tempo e de todos os dramas da nossa novela diária. Achei mesmo que jamais viria o sol brilhar nos teus olhos, reflectindo afecto, carinho e dedicação; que jamais acarinharia o teu sorriso, abraçaria o teu modo de ser e de estar, viveria as tuas fantasias e desilusões. Porque achei que me teria perdido entre tudo e todos e que tu também não estarias a ir ao encontro da harmonia.
Mas, depois, a tua simplicidade resgatou-me. E espero que toda esta tristeza fuja para bem longe, para um lugar onde não haja nem água para a fazer crescer, nem terra para a fazer renascer, nem sol para a alimentar. Que fuja para o sítio de onde nunca deveria ter saído, pelo menos, nunca entre nós...
Eis a carta que gostaria de te ter lido. Que, aliás, gostaria de ter escrito...
4 comentários:
que te impede de a escrever? acho que devias fazê-lo mesmo que não tivesses a quem a entregar.
já não precisas de escrever! :)
* * *
Gostei de te ler.
A tristeza que aperta o coração é aquela que dói mais. É preciso agilidade para nos esgueirarmo-nos dela. Boa sorte.
Um beijo.
Acho a tua carta é profunda e maravilhosa e como a acho tão saudável esta tristeza verbalisada vou fazer um link no meu blog.
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