Eis uma daquelas noites em que as palavras se poderiam perder e n�o teria a m�nima import�ncia. Tudo o que devia ter dito e n�o disse ficou para sempre eternizado no segundo que durou aquele olhar. Frio como gelo, cortante como um punhal. O olhar que para sempre criou esta barreira m�gica que entre n�s se imp�e.
Aquele olhar vago, perdido algures nas malhas das horas que passam e n�o voltam, do rel�gio gigantesco da vida que n�o p�ra de rodar, girar fren�ticamente mas simultaneamente a uma velocidade vagarosa.
Caminho; sem pressa. Cruzo-me com faces desfiguradas, presas nas pedras da cal�ada. N�o erguem o olhar nem eu necessito que o fa�am. Apenas preciso que tu levantasses o teu rosto cru e me abarcasses a solid�o, sugando-a toda para um lugar long�quo que n�o conhe�o, nem tu. Mas n�o espero por nada de diferente do que me d�s ultimamente. De ti sei o que o teu olhar me reserva: uma facada inanimada no meu ser abandonado...
[Continua...]
Texto escrito no dia 30.Agosto.2004 , em conjunto com a Vi
Sem comentários:
Enviar um comentário