A guitarra dedilha os primeiros acordes e arrasta o meu olhar para o palco do sucesso. Ela senta-se demorada e principia o seu concerto. A melancolia ir� instaurar-se dentro de um breve e fugaz segundo e hoje, mais que em qualquer outra noite, eu embarco na nave das recorda��es e pinto-te aqui comigo, quem dera...abra�ados a escutar as mais belas frases cantadas.
Sorris ou choras, n�o importa porque terei a mesma express�o que tu, n�o interessa qual, terei a for�a do teu olhar, porque nesta noite eu voltei a ser alma contigo, voltamos a um n�s. E recrio-te balan�ando o corpo ao som da melodia, beijando os meus cabelos e sussurando-me palavras doces e inesquec�veis. Porque nesta noite, mais que em qualquer outra, n�o tenho medo de te recordar. E por isso escuto os inquietos sons como se fosses tu que ali estivesses e a cada toque de luz atinjo-te maioritariamente.
Ela canta e eu canto com ela, para ti. Dedico-te todas as can��es, as letras, as melodias, as composi��es. Porque nesta noite � s� em ti que eu penso. No que daria para ouvires a mesma m�sica que eu, esta noite, aqui, hoje. E que me amasses como se tudo fosse findar amanh�. Mas o futuro n�o existe certo em n�s e nesta noite eu choro por saber que n�o est�s, que n�o �s.
E oi�o a �ltima can��o sozinha porque da minha ilus�o tu j� te foste embora...
[escrito no dia 24 de Setembro, pelas 2.30 da madrugada, depois de assistir ao vivo ao concerto de Mafalda Veiga...]
"Pressinto os teus gestos quando n�o est�s
procuro os teus sonhos perdidos...
� que hoje mais que qualquer outra noite
h� qualquer coisa que me fere
e que me faz tanto ter te aqui...
N�o importa
se �s vezes tudo � breve como um sopro
N�o importa
se for uma gota s� de loucura
que fa�a oscilar o teu mundo
e desfa�a a fronteira...
...entre a lua e o sol..."
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