segunda-feira, dezembro 13, 2004

"Não sei o motivo para ir...só sei que não posso ficar..."

Hoje, apeteceu-me partir sem destino. Chegar a casa, embalar umas quantas coisas e fugir. Para não ter que pensar no futuro, muito menos no presente. As pessoas, o movimento, os carros, o sol e a chuva, as nuvens, o cantarolar dos pássaros...tudo me irritava hoje. Por isso, precisava de partir. Para não magoar o que mais amo. [porque um dia magoei e não me apercebi...]

Então, peguei no meu corpo morto pelo passar do tempo e arrastei-o pelos passeios de calçada, pelas veredas enubladas com o nevoeiro, mergulhei no Lago do Esquecimento e senti uma Paz sublime. Benditos sejam os minutos dos quais nem os amigos, nem a familia, nem o P. faziam parte. Apenas o nada, o vazio. E não senti dor enquanto nadava no nada, enquanto me sentia afogar, sufocar, perder as forças, o sentido do ir, a vontade de ficar. Perdi-me de vez. Não tenho mais forças...
E não sei mais rir.
E não me consigo mais levantar e recuperar os sentidos porque...

"Olhar-te um pouco, enquanto acaba a noite, enquanto ainda nenhum gesto te magoa. E o mundo fora aquilo que sonhares, nesse lugar só teu. Olhar-te um pouco como se fosse sempre até ao fim do tempo, até amanhecer...e a luz deixar entrar o mundo inteiro e o sonho se esconder. Nalgum lugar perdido, vou sempre procurar por ti. Há sempre no escuro um brilho, o luar. Nalgum lugar esquecido, eu vou sempre esperar por ti..."



"Seremos cúmplices o resto da vida, ou talvez so até amanhecer...
Fica tão fácil entregar a Alma a quem nos traga um sopro do deserto..."


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