quinta-feira, fevereiro 12, 2004

Duas quest�es...sem resposta imediata...
O incenso queima lentamente no seu suporte de madeira trabalhada...
A Lua preenche o c�u, a sua luz atinge o mais �ntimo de mim, a sua magia envolve esta noite t�o perfeita...
O telefone desligado, para que ningu�m ouse interromper este momento �nico com os meus pensamentos...
A caneta � minha frente, a folha dobrada em dois implorando para ser escrita, camuflada com palavras vazias de um texto oco...
A mesa de ferro novamente � a cama para um caf� quase frio e o cinzeiro, desta vez, encontra-se vazio, sem nenhum rasto de uma morte prematura...
O meu cabelo solto, cai-me pelas costas, e entrega-me uma sensa��o de conforto, aconchegando o meu pesco�o da brisa fria que entra discretamente pela janela totalmente aberta�
As almofadas repartidas pelo ch�o, esperando que o meu corpo se deite nelas, para me abra�arem calorosamente�
E eu?!...
Desde que tomei a decis�o que te iria abandonar ando mais descontra�da e bem disposta�os meus Amigos notaram a diferen�a, afirmam estar mais �bem-encarada��
Sempre soube que uma pessoa � capaz de usar mil e uma m�scara, depende da disposi��o e talento de cada um�eu encarno a personagem de quem n�o quer ver nem sentir�escondo, reprimo, esmago e nego tudo o que sinto para desta forma conseguir me desprender da teia de aranha constru�da por ti e que me amarrava sem d� nem piedade�

Ser� correcto o que fa�o? � Ser� compreens�vel que, atrav�s de um Niilismo pecador, me esque�a de quem sou e do que sinto?...

"Rasto do resto de mim,
este canto...persiste
em percurtir-me a garganta
como l�mina de luz
e ficar cortando o ar
como o som que me traduz."
(Fernanda Seno)

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