quarta-feira, dezembro 29, 2004

Uma hora de descanso: corro para casa, para almoçar, tomar um banho, partilhar o dia de ontem com a minha mãe. pelo caminho, penso em tudo o que vivi ontem...apenas umas horas, mas todos os minutos foram especias. Com eles, comigo e com Ele, principalmente. Milhares de rostos cansados mas com aquele brilho no olhar que eu esperava tanto ver...

45 minutos restam: o meu sorriso não descola. Estou bem, estou feliz. Sinto-me de "vento em poupa"! Tenho tanto para dar. Quase se estragava com todo o pessimismo destes ultimos meses.

30 minutos: Praticamente já nem sei falar português. Conto tudo com extrema excitação. Estou cansada, tenho bolhas nos pés, os olhos pesam-me e doi-me a cabeça. Mas hoje vou passear com eles. Vou estar para eles. Como eles estão para mim...

15 minutos: venho ao computador escrever. Levar aos outros, através de simples palavras, a experiência que vivo. Para deixar em vocês um pouco deste gostinho multi-internacional que trago nos meus lábios, nas minhas palavras.

Félice Anno Nouvo!
Feliz Año Nuevo!
Bonne Année!
Bozego Narodzenia!
Anul Nou Fericit!
srecno novo leto!
Happy New Year!
FELIZ ANO NOOOOVOOOOOOOO!

domingo, dezembro 26, 2004

TAIZÉ



À espera do que vem e de quem vem...à espera da Luz...

De 28 de Dezembro a 1 de Janeiro! Ocupada! Com eles e comigo! Partir ao Encontro...Descobrir o sabor do que se espera!

Partilhem.............nem que seja um sorriso!

terça-feira, dezembro 21, 2004

Apatia...

Talvez seja tudo um hábito. Um vício. Um costume. O meu corpo torna-se dependente de tudo o que o perfura, de bom ou de mau, ele nao distingue. Eu não distingo. Para quê escolher? Optar? Preferível deixar-me guiar pelo vento, pelo sabor do incenso, e viver nesta simplicidade do Nada.

Não me quero esquecer de ti. Não quero te esqueças de mim.
Vivo como se de manhã te visse deitado ao meu lado, sorrindo por um Sol tão abrasador que espreitava pela janela do quarto. Vivo como se me convidasses para almoçar e juntos fossemos caminhar pelas estradas longas de alcatrão (porque nunca tivemos uma vida campestre...). Vivo como se me pegasses diariamente no braço e fugisses comigo para um cume e vissemos, extasiados, o pôr do sol. E depois, à noite, vivo como se me beijasses ardentemente e como se o teu abraço fosse tão real que penetrasse nos meus ossos.
Vivo como se ainda me amasses.

E talvez por viver assim, vivo numa apatia. Num mero hábito. Um vicio, um costume.



P.S.: Um Feliz Natal...

quarta-feira, dezembro 15, 2004

Viagem

Estava sentada naquela árvore que era tão especial para ele. Esperava-o com serenidade, sem pressas, sem querer avançar as páginas da história [como tantas vezes já quisera fazer...]

O Sol deitava-se sobre o firmamento, as cores alaranjadas e violetas preenchiam o céu e misturavam-se eroticamente com as nuvens, desenhando acordes estranhos de uma marcha fúnebre que se esperava...

- Que fazes aqui? - acordou-lhe a voz sempre suave dele.
- Espero-te.
- Esperas-me para quê? Porquê?
- Para me despedir de ti... - respondeu-lhe.
- Vais viajar?
- Vou. - disse-lhe, secamente.
- Mas voltas? Em breve?
- Não sei. Se a profecia se cumprir, volto renovada. - murmurou entre dentes.
- Então, um grande Até Já e tem um boa viajem...aproveita-a!
- Hei-de o fazer...- estas seriam as suas palavras terminais.

Avançou pelas escadas daquele pequeno jardim improvisado. Deixou-lhe para trás, perdida aos pés dele, uma carta explícita do que seria a sua viagem. Sabia que ele voltaria, a correr, para ela. Mas, de qualquer das formas, isso já não lhe interessava. Nada importava. Iria partir para o vazio e nem ele tinha o poder de remover essa vontade estrondosa. Por isso, não corria. Não apressava os minutos. Permanecia serena, apreciando todas as grandes coisas, as simples coisas, as pequenas dádivas que Deus entrega a cada um, diariamente.

Chegou à estação de comboios. Faltavam vinte segundos para as carruagens se aproximarem...chiavam os carris, levantava-se a poeira das obras, o vento remexia... tudo se tornava movimento.

Ouviu chamar pelo seu nome. Era ele que, a chorar, corria pela plataforma, de certo com o incentivo de a abraçar, de a impedir de viajar.

Cinco...quatro...três...dois segundos para embarcar. Olhou para trás, pela última vez. Aquele segundo, aquele finito segundo, tornou-se no momento em que ambos voltaram a ser felizes, como haviam sido no passado.



E suicidou-se...

Morrer é apenas não ser visto. Morrer é a curva da estrada.
(Fernando Pessoa)

segunda-feira, dezembro 13, 2004

"Não sei o motivo para ir...só sei que não posso ficar..."

Hoje, apeteceu-me partir sem destino. Chegar a casa, embalar umas quantas coisas e fugir. Para não ter que pensar no futuro, muito menos no presente. As pessoas, o movimento, os carros, o sol e a chuva, as nuvens, o cantarolar dos pássaros...tudo me irritava hoje. Por isso, precisava de partir. Para não magoar o que mais amo. [porque um dia magoei e não me apercebi...]

Então, peguei no meu corpo morto pelo passar do tempo e arrastei-o pelos passeios de calçada, pelas veredas enubladas com o nevoeiro, mergulhei no Lago do Esquecimento e senti uma Paz sublime. Benditos sejam os minutos dos quais nem os amigos, nem a familia, nem o P. faziam parte. Apenas o nada, o vazio. E não senti dor enquanto nadava no nada, enquanto me sentia afogar, sufocar, perder as forças, o sentido do ir, a vontade de ficar. Perdi-me de vez. Não tenho mais forças...
E não sei mais rir.
E não me consigo mais levantar e recuperar os sentidos porque...

"Olhar-te um pouco, enquanto acaba a noite, enquanto ainda nenhum gesto te magoa. E o mundo fora aquilo que sonhares, nesse lugar só teu. Olhar-te um pouco como se fosse sempre até ao fim do tempo, até amanhecer...e a luz deixar entrar o mundo inteiro e o sonho se esconder. Nalgum lugar perdido, vou sempre procurar por ti. Há sempre no escuro um brilho, o luar. Nalgum lugar esquecido, eu vou sempre esperar por ti..."



"Seremos cúmplices o resto da vida, ou talvez so até amanhecer...
Fica tão fácil entregar a Alma a quem nos traga um sopro do deserto..."


quarta-feira, dezembro 08, 2004

Reflexo no Vidro Embaciado

- Consegues ver-me? - perguntou-me.
- Não...estás por detrás de uma capa mágica, escondeste-te de mim e dos outros...não te vejo, tambám não te vês.
- Eu vejo-me!...mas o meu reflexo esbate-se sempre num vidro embaciado!
- Não te conheces...
- Talvez!


Quando te olhas ao espelho evitas encarar a tua figura, a tua aparência é desfigurada já que desvias o teu olhar de forma impulsiva. Sinto-me, porém, cada vez mais próxima de ti e, de um momento para o outro, tornaste-te o meu desafio primário. Não me preocupo em te agradar ou tornar-me tua amiga. Esse é o teu papel: revelares que precisas da minha amizade, que necessitas de mim, que precisas de ti.

Não olhes para o teu reflexo no vidro embaciado. [não te levará a lado nenhum...]. Não te foques. Não te obrigues. Levanta o braço e com toda a tua força quebra esse reflexo. [Basta um soco seco.] Porque atrás desse vidro está o teu verdadeiro Eu! O Eu que ninguém conhece. O Eu que ninguém viu e com o qual ninguém se importa.
Mas eu sei que queres gritar que a tua imagem não é desfocada, mas sim nítida, clara, óbvia.
Então GRITA! Impõe-te! Sê verdadeiro...

Espero pela tua revelação...

P.S.: Será que consegues interpretar este texto?

segunda-feira, dezembro 06, 2004

Um ano!

Hoje dedico-te este dia. N�o te vou ver, porque n�o o quero fazer. N�o te vou tocar, porque n�o quero sentir o calor da tua pele. N�o vou sequer olhar para nada que te ligue a mim, porque n�o quero ver que tudo aquilo seja agora apenas o relato do vazio.

Quero voar, meu querido. E � hoje. Por isso te dedico este dia. Que foi o dia em que me amarraste a ti e � tamb�m o dia em que eu quebro as algemas e vou para longe. E n�o h� volta (se antes havia alguma possibilidade). N�o estou a acabar com aquilo que fomos, estou a p�r um fim naquilo que fui contigo (ao contr�rio de ti que, cruelmente, acabaste com o que fomos...podias ter sido mais gentil!).

Sou mais eu agora. E tu vais gostar de me ver assim. Por isso me sinto feliz no dia de Hoje. No dia em que eu premeditava sentir-me triste.
A vida tem coisas destas. E a vida deu-me agora uma nova luz. E essa luz n�o �s tu...

Chegou o Fim no dia em que come�ou o Principio.

Um Beijo...

P.S. Hoje, n�o te esque�as, � dia 6 de Dezembro...6...Dezembro...um ano depois...

sexta-feira, dezembro 03, 2004



Some people want it all
But I don't want nothing at all
If it ain't you baby
If I ain't got you baby

Some people want diamond rings
Some just want everything
But everything means nothing
If I ain't got you...


Preciso tanto de ti...

terça-feira, novembro 23, 2004

A simplicidade da Borboleta

Antes tudo era p� e terra, escravid�o e pobreza. E eu era uma larva: pequena, fraca, indefesa. Protegida por uma camada viscosa que largava por todos os caminhos, era feia e nojenta, temiam-me pelo meu aspecto repugnante e pela minha pequenez de alma. A minha gordura desajeitada fazia de mim uma perda de tempo e de esperan�a...era toda eu uma desorganiza��o corporal e espiritual.

At� um dia! At� que um �nico raio de sol se atreveu a tocar-me o corpo e Ele gritou em mim aquele sil�ncio indesejado, a mudez da verdade, a liberdade da vida. Cresceu em mim o desejo de partir s� por ir, para conhecer e descobrir todo um mundo diferente daquele subterraneo onde vivia. Ele chamava me com F� e, sem medo de perder nada e de muito menos ganhar, arrastei o meu corpo pegajoso pela terra que me ia engolindo.

Mas nasceu a terapia Dele. A F�. A Cren�a. O Acreditar. E do meu corpo sairam duas asas tr�mulas que se formavam lentamente. Desenhava-me na perfei��o de um pintor abstracto que aplica tintas de paix�o.

A cor castanha envolveu a pintura, dois pequenos c�rculos laranja estamparam-se na cor terrena. As minhas asas eram perfeitas e toda eu iniciava a metamorfose do corpo mas, principalmente, do Esp�rito. Um misto de alegria como de admira��o fez com que eu, antes simples larva, libertasse uma pequena l�grima. E no espelho da aguadilha vi o meu reflexo: era bela, forte, podia voar quando quisesse.

E n�o perdi tempo. Ergui as asas a medo e soltei-me para a vida, mergulhei na liberdade de Ser e Poder. Voei. Descobri o mundo num segundo. E assaltou-me um pensamento: antes de O conhecer era um larva feia, pobre, triste. Agora sou uma borboleta linda que cruza ventos e trovoadas sem temer.

Eu sou Borboleta...e tu, ainda �s larva?



[Escrito a 14 de novembro...]

segunda-feira, novembro 22, 2004

Eu s� te quero amar...

I wanna love you and treat you right;
I wanna love you...every day and every night:
We?ll be together with a roof right over our heads;
We?ll share the shelter of my single bed;
We?ll share the same room, for Jah provide the bread.

Is this love, is this love, is this love, is this love that I?m feelin??
Is this love, is this love, is this love, is this love that I?m feelin??
I wanna know, wanna know, wanna know now!
I got to know, got to know...got to know now!

I?m willing and able,
So I throw my cards on your table!

I wanna love you, I wanna love and treat, love and treat you right;
I wanna love you every day and every night:
We?ll be together with a roof right over our heads;
We?ll share the shelter of my single bed;
We?ll share the same room for Jah provide the bread.

Is this love, is this love, is this love, is this love that I?m feelin??
Is this love, is this love, is this love, is this love that I?m feelin??
Oh yes, I know; yes, I know, yes, I know now!
Yes, I know; yes, I know - yes, I know now!

I?m willing and able,
So I throw my cards on your table!

See: I wanna love ya, I wanna love and treat ya, love and treat ya right!
I wanna love you every day and every night:
We?ll be together, with a roof right over our heads!
We?ll share the shelter of my single bed;
We?ll share the same room, for Jah provide the bread.
We?ll share the shelter of my single bed...

Bob Marley ; "Is this Love?"

S� para dizer que te quero, nem chega um olhar. Porque esse olhar j� est� seco das l�grimas que derramo em v�o. A esperan�a co-habita comigo neste pequeno espa�o a que chamo Terra. Ela [a esperan�a] � traidora e agarro-me com garras e dentes afiados ao seu aspecto esguio mas basta um sopro...e ela leva-me para longe... e ela atira-me para o po�o...
Estou cansada de olhar para ti e n�o te ver. J� n�o te ver. J� n�o te vejo. J� n�o me v�s. E eu j� n�o te procuro...Por isso mesmo escondo-me e raramente lembras a minha face.
� melhor?...

quarta-feira, novembro 10, 2004

N�o sou mais que um Peregrino...

Cheguei ao fim da linha, ao limiar da minha for�a, ao limite da coragem. A caneta j� n�o tem tinta, as folhas j� acabaram, a imagina��o cessou. O olhar n�o tem brilho, o sorriso nos l�bios desvaneceu, o corpo perdeu a in�rcia. Os livros ganham p�, as revistas perdem a cor e a casa habita-se de fantasmas.

N�o quero desistir do combate, sei que ainda h� muito para lutar: uma caminhada pedragosa, com encruzilhadas e centenas de emboscadas espera por mim; Mas os p�s descal�os est�o como um farrapo e a pele escama-se sem piedade.

Procuro uma pedra grande para sentar e dar um pouco de descanso ao olhar cansado. Mas as pedras s�o min�sculas e apenas existem para dificultar a mudan�a.

Estou t�o cansado.

Os olhos desca�dos e o rosto que n�o ri saquearam o lugar � face alegre e ao brilho na �ris. N�o sou nada neste momento porque foi de mim roubada a parte que me dava liberdade.

Tu sa�ste do meu trilho e nem eu pr�prio medi as consequ�ncias de tal abandono. Olha para mim, por favor, e n�o me reconhecer�s.

N�o sou mais de um peregrino que procura uma pedra onde se sentar...

segunda-feira, novembro 01, 2004

- Sei l�...n�o encontro as palavras certas para espalhar no sil�ncio. N�o sei como multiplicar os Sorrisos nem dividir os Abra�os...n�o percebo a equa��o da Dor e muito menos a raiz quadrada da Raz�o!

Pressinto mas n�o sinto. Antevejo mas n�o vejo nada que se desdenhe um palmo em frente do meu rosto bolachudo e corado.

N�o sou de ningu�m, mas algu�m sou nos ficheiros de uma cl�nica, de outro hospital, de uma qualquer descarga de consci�ncia. E para ti, que sou? Quem sou?

- Sei l�, n�o encontro mesmo as palavras...

sábado, outubro 23, 2004

Um raio de sol toca-me a pele suavemente. Os olhos abrem-se de forma arrastada e dizem-me que nada esperam para al�m de um quarto matinal que cheira a terra molhada da chuva da noite anterior. Ergo o corpo e o sol entra pela janela encandeando-me com a sua grandiosidade.

Salto da cama e abro as janelas. Respiro fundo, inalo aquela ess�ncia t�o caracter�stica das horas matinais e o Sol sorri. Sorri de t�o belo que �.
O C�u azul-celeste n�o se assemelha em nada com a noite passada. As nuvens. As gotas agressivas que embatiam no chap�u-de-chuva. As �rvores vitimas da f�ria do vento. Uma queda de �gua, um lago de raiva. E hoje, uma manh� t�o solarenga, quente e sumptuosa.

Sabe bem.

Depois de um Inverno, sorrir para uma Primavera t�o deleitosa.

E foi isto que me ocorreu: galguei a janela e voei com o Sol. Mergulhei no azul do firmamento e flutuei sobre a brisa imponder�vel que me enla�ava. Presentemente sou livre e corro pelas nuvens, pequenos peda�os de algod�o doce. E nenhum aguaceiro me vai derrubar. Muitos outros vir�o, de certo. Mas mais vero ainda � o arco-�ris cintilante de esperan�a que se ir� fundar atr�s do horizonte e o Sol que, na manh� seguinte, me visitar� sempre para me amar.

Acredito. Sou.


quarta-feira, outubro 20, 2004

Acho que � saudade aquilo que sinto por ti. Hoje. Essencialmente, hoje. Mais que em qualquer outro dia.
Uma l�grima que ca�, desprevenida, e mais um aperto no cora��o, daqueles t�o fortes que at� cortam a respira��o.
Controlar. Para qu�? Para quem?
Em dias assim...os meus dias n�o...dias em que estou contigo e estou sem ti.



"It's been so lonely without you here
Like a bird without a song
Nothing can stop these lonely tears from falling
Tell me baby where did I go wrong
I could put my arms around every boy I see
But they'd only remind me of you
(...)
`Cause nothing compares
Nothing compares to you..."
Sinned o'Conner



segunda-feira, outubro 18, 2004

N�o conhe�o. Divulgo, expando, permane�o. N�o conhe�o. Nem esta rua, nem t�o pouco aquele caf�. N�o faz parte de mim, n�o perten�o ao Mundo, pelo menos a este que aqui se apresenta.

N�o conhe�o. N�o sei andar por estas ruas, perco-me a cada esquina, palmilho com medo a cal�ada e escorrego sempre que ela se apercebe-me que sobre a sua pele caminha um desconhecido.

N�o conhe�o. Sei que sou daqui, que vivo ali, mas n�o vivo, apenas moro. Sobrevivo. N�o fa�o parte daquela casa, das paredes que a erguem. N�o as conhe�o, nunca lhes falei.

Esqueci-me ou perdi-me nas fantasias.

N�o conhe�o, n�o me obriguem a repetir. N�o me lembro e admito-o. Se soubessem o quanto � dificil ter a no��o de se ter perdido toda a no��o. Saber, antecipadamente, que me vou esquecer de tudo o que um dia conheci. Mas que n�o conhe�o mais.

E esse para�so desenha-se a l�pis por um pintor famoso, cego de sentimentos, frio como a pedra na qual hoje me sento e reflicto. N�o a conhe�o. Nem a mim j� me conhe�o.

Perdi-me no para�so do esquecimento e daqui n�o saio. N�o por n�o conseguir, mas sim por n�o querer. Porque n�o conhe�o e assim sinto-me feliz...por n�o conhecer.



quinta-feira, outubro 14, 2004

� noite ainda, est� frio l� fora e poucas [quase nenhuma] pessoas vagueam pelas ruas.
A cama ainda est� quente do meu corpo, a banheira espera-me, o fresco do dia come�a as 6.30 da manh�.
Tenho um minuto. Venho falar-te. Venho dizer-te baixinho que agora podes voar porque eu...j� estou a aplanar sobre uma bel�ssima praia que amanhece.

Bom dia!

segunda-feira, outubro 11, 2004

E ao ver tudo o que n�s fomos e tudo o que ambos fizemos passar ao lado do teu olhar, sem lhe tocar, percebo enfim como estou sozinha nesta batalha...e se assim �...Talvez diga apenas...

Adeus...



E talvez me liberte de vez...mais uma vez...

quarta-feira, outubro 06, 2004

Procuro-te na esperan�a de encontrar o teu sorriso mas embato contra a seriedade da tua face e a� sim percebo como tudo j� acabou [nada resta, nem a amizade...].

Resisto em n�o chorar mas frente ao espelho os olhos padecem de si e as l�grimas rebentam n�o para tu as veres [porque nunca mais me ver�s a chorar] mas simplesmente para eu perceber que agora sou s� eu e tu com outra, talvez, quem sabe. E terei de ver. E verei. E sorrirei para ambos, cinicamente.



E ser�s feliz e eu tamb�m, um dia.

sexta-feira, outubro 01, 2004

Caminhas sem olhar em nenhuma direc��o, de olhos fixos na terra que pisas e de bra�os cruzados desenhas na diagonal o teu rasto, de certo para n�o te reconhecerem as pegadas os investigadores que mais tarde retratar�o a nossa humanidade.

Os olhos tremem-te de nervosismo, tens medo que os que se escondem debaixo da tua cama, os teus piores pesadelos, te estejam a perseguir, escondidos nas faces de outras pessoas desconhecidas e que, sem aviso, saltem para cima de ti e te assustem at� � morte.
N�o olhas, por isso.

As alucina��es s�o crescentes e temes ficar sozinho. Mas o maior medo � a vergonha de falares sobre o que ouves, de confessares que v�s algu�m, que v�s esse algu�m como muitos outros. Que n�o s�o invis�veis e te dizem que s� n�o te tocam porque detestam intimidades com os c� de baixo.

Ainda n�o contaste a ningu�m, nem � tua pr�pria m�e que tanto amas, que escondes por baixo da tua cama os fantasmas de uma outra civiliza��o. E que tens que conviver com eles todas as noites. E que recebes amea�as de morte se contares nem que seja a um insecto.

E tremes. Suas. Carregas dentro de ti este fardo.

Mas n�o te preocupes. Continua a caminhar...um dia encontrar�s algu�m que te vir� salvar dessa doen�a com a qual n�o sabes lidar. E num futuro pr�ximo, muito pr�ximo, todos os invasores do teu quarto sair�o em marcha lenta e, na despedida, ir�o agradecer a tua am�vel estadia.

Fala comigo...


sábado, setembro 25, 2004

A guitarra dedilha os primeiros acordes e arrasta o meu olhar para o palco do sucesso. Ela senta-se demorada e principia o seu concerto. A melancolia ir� instaurar-se dentro de um breve e fugaz segundo e hoje, mais que em qualquer outra noite, eu embarco na nave das recorda��es e pinto-te aqui comigo, quem dera...abra�ados a escutar as mais belas frases cantadas.

Sorris ou choras, n�o importa porque terei a mesma express�o que tu, n�o interessa qual, terei a for�a do teu olhar, porque nesta noite eu voltei a ser alma contigo, voltamos a um n�s. E recrio-te balan�ando o corpo ao som da melodia, beijando os meus cabelos e sussurando-me palavras doces e inesquec�veis. Porque nesta noite, mais que em qualquer outra, n�o tenho medo de te recordar. E por isso escuto os inquietos sons como se fosses tu que ali estivesses e a cada toque de luz atinjo-te maioritariamente.

Ela canta e eu canto com ela, para ti. Dedico-te todas as can��es, as letras, as melodias, as composi��es. Porque nesta noite � s� em ti que eu penso. No que daria para ouvires a mesma m�sica que eu, esta noite, aqui, hoje. E que me amasses como se tudo fosse findar amanh�. Mas o futuro n�o existe certo em n�s e nesta noite eu choro por saber que n�o est�s, que n�o �s.

E oi�o a �ltima can��o sozinha porque da minha ilus�o tu j� te foste embora...

[escrito no dia 24 de Setembro, pelas 2.30 da madrugada, depois de assistir ao vivo ao concerto de Mafalda Veiga...]

"Pressinto os teus gestos quando n�o est�s
procuro os teus sonhos perdidos...
� que hoje mais que qualquer outra noite
h� qualquer coisa que me fere
e que me faz tanto ter te aqui...
N�o importa
se �s vezes tudo � breve como um sopro
N�o importa
se for uma gota s� de loucura
que fa�a oscilar o teu mundo
e desfa�a a fronteira...
...entre a lua e o sol..."

quarta-feira, setembro 22, 2004

Deixa-me que te fale, que te conte uma hist�ria de fadas, encantada, de fantasia e de imagina��o. Deixa-me que te fale de duas almas:

Quando ela sofreu, na chuva, sozinha, ele apareceu. Quando ela, na ponte, se quis atirar, ele a segurou. Quando ela pintou com tintas negras a sua tela da vida, ele ofereceu um boi�o de tinta amarela para a alegrar. Quando ela suspirou por tristeza, ele tocou um cl�ssico na guitarra, dedilhando todos os momentos que j� passaram juntos.

Ela descobriu-o como tesouro essencial, ele encontrava aquele significado especial que atribu�a a ela. O cora��o apertava cada dia em que n�o se encontravam somente para se rir.

- E agora?

Semanas e semanas depois falam...

- E agora?

� ela que o procura, para o trazer de novo a este conto de fadas. Diz-lhe baixinho que n�o precisa de abandonar nada, apenas de recordar o que foi, o que j� n�o � mas talvez volte. Uma amizade n�o se perde. Mas ele diz-lhe que j� n�o se sente � vontade. E compara-a com tantas outras.

- Mais uma...

E o tal significado especial poderia ter sido diferente e n�o se perder. E os contos fantasi�veis tamb�m poderiam permanecer no ?tapete voador do calend�rio?...mas para qu� compreender a incerteza da vida?

Sim, continuam [quase] como dantes, as mais belas hist�rias de duendes e florestas encantadas e fadas e borboletas n�o se quebram desta forma. Mas agora condicionados porque ela j� n�o o conhece. E ele n�o a quer conhecer.

- Mas essa hist�ria � verdadeira?

N�o...como te disse, � apenas mais um conto de fadas...perdido no tempo...



sábado, setembro 18, 2004

Brinco contigo. Est�s sentado e assistes friamente como se n�o fosse para ti a sensualidade dos gestos, dos movimentos. Estendo-me na cama para te tocar nos l�bios e no momento m�ximo em que desejavas sentir a minha l�ngua quente na tua, fujo como uma crian�a rebelde. N�o esperavas. Nem eu de mim esta faceta er�tica e provocadora.

Mas apetece-me brincar.

Rodopio sobre os meus p�s frios, enregelados da noite de Inverno e sorrio inocentemente. Gostas. Vejo pelo teu olhar como aprecias este jogo.

Sento-me � tua frente e ro�o o meu corpo nos len��is c�lidos dos orgasmos que juntos partilhamos. Sei que me queres neste momento. Mas sofre. Tamb�m eu o fa�o, por ti, tantas vezes.

Insisto na pornografia das atitudes: no morder do l�bio at� sangrar de prazer, nos toques perversos nos meus mamilos, acaricio-me sem preconceitos e acendo-te a chama da fantasia.

Imaginas-me nua. Imagino-te meu. Queres-me para ti. N�o te pe�o para possuir, o que � nosso foge sempre. Trincas a carne madura da tua boca, como para afugentar os sentimentos. Eu lambo os meus l�bios, para te deixar ainda mais fora de ti.

Aproximo-me de ti e sussurro-te algo que nos esquecemos no segundo a seguir. Prendeste-me com esse olhar meloso e fascinante e todo o meu jogo pela �gua desceu lentamente. Ao beijares a minha boca sedenta de ti, perco o mundo ao meu redor, perco a no��o de toda a realidade e espero. E esperei pelo momento certo para te dizer que te Amava. Mas n�o chegou. Porque tu n�o chegaste tamb�m. N�o atingi a tua alma, como o meu corpo tu atingiste.

Desiguais. Vivemos de formas diferentes. E s� na cama somos parceiros. Companheiros de amor. De prazer. De liberdade fantasmag�rica de um delicioso orgasmo. N�o sei se � certo. Mas prossigo.

Levanto as minhas pernas e espero por mais um destes jogos. As minhas pernas cansadas s�o agora elevadas ao C�u, como se dessem gra�as ao Infinito por t�o bom sentimento, por t�o boa sensa��o...

E tu perdeste-te comigo no altar do Sexo...






quarta-feira, setembro 08, 2004

Ao Acaso

N�o � muito o meu costume fazer algo deste tipo, mas num passeio matinal por uns quantos blogs que me eram desconhecidos, encontrei algo que me chamou a aten��o: uma ideia genial, diria eu. O Isso Agora
sugeriu que, ao acaso, se abrisse um livro na p�gina 31 e se sublinhasse a primeira frase completa. Ora aqui est� a minha frase:

"Por natural misantropia ou demasiadas decep��es na vida desta mulher, insinuaria que a bonitez do sorriso n�o passava de uma artimanha de of�cio, afirma��o maldosa e gratuita, porque ele, o sorriso, j� tinha sido assim nos tempos n�o muito distantes em que a mulher fora menina, palavra em desuso, quando o futuro era uma carta fechada e a curiosidade de abri-la ainda estava por nascer.

Esta cita��o pertence a Jos� Saramago, foi retirada do livro Ensaio sobre a Cegueira. Sinceramente, n�o aprecio este escritor portugu�s, mas a verdade � que em conversa de caf� surgiram cr�ticas muito boas a seu respeito (particularmente a respeito deste livro) e eu n�o resisti � curiosidade.

At� agora nada tenho a apontar de errada, o senhor revela perspic�cia com as palavras e consegue levar-me algumas vezes � tontura. Rodopiar sobre o texto. � das melhores sensa��es que se pode ter enquanto se l�.

N�o vou aconselhar o livro porque ainda n�o o acabei, mas...n�o resistam � curiosidade como eu.

E ja agora, fa�am o mesmo, ao acaso, nos vossos blogs ou nos coment�rios!

sexta-feira, setembro 03, 2004

[Continua��o...]

Mas tamb�m sei que sou livre, hoje, aqui e agora. Livre para receber tudo o que a vida se dignar conceder-me, se eu for digna para o guardar. Livre para dizer que te amo sem nada esperar em troca. Livre para saudar o Sol, dan�ar � chuva, dirigir uma prece � Lua, invocar todos os meus Dem�nios. Livre para saber que a vida � um Dom e eu fui aben�oada com ele...

Penso. A liberdade surgiu-me atrav�s do olhar que naquele sil�ncio arrefeceu todo o meu corpo e despertou a verdade. Apercebi-me que sou livre de destruir tudo o que queira mas que, ao mesmo tempo, possuo em mim toda e qualquer capacidade de criar. Por isso naufrago na descoberta da cria��o e construo ao meu redor uma �urea de luz t�nue que me atraca a ti. Cheguei.

Cheguei, esperando tudo sem nada esperar, cheguei muda, cheguei rendida � for�a daquele olhar. Estendeste-me a m�o e a autenticidade desse gesto singelo voltou a unir a linha transparente que sempre nos levou a bom abrigo.

E apenas esse gesto desfez o gelo que me cortava enquanto me encontrava em ti. E apenas esse gesto destruiu a palavra, o olhar, os corpos angelicais que suam incondicionalmente por se sentirem t�o perto...

E tudo se desfez com aquele teu gesto s�...



Texto escrito no dia 30.Agosto.2004 , em conjunto com a Vi



quarta-feira, setembro 01, 2004

A noite desce paulatinamente sobre a cidade e a luz da Lua ilumina os passos que entrego �s ruas enquanto vou ao teu encontro. N�o aguardo nem desejo que me recebas com um abra�o apertado, as feridas n�o saram t�o velozmente como o tempo que sempre foge. Os segundos sem ti s�o eternos...e a eternidade sem ti n�o existe.

Eis uma daquelas noites em que as palavras se poderiam perder e n�o teria a m�nima import�ncia. Tudo o que devia ter dito e n�o disse ficou para sempre eternizado no segundo que durou aquele olhar. Frio como gelo, cortante como um punhal. O olhar que para sempre criou esta barreira m�gica que entre n�s se imp�e.

Aquele olhar vago, perdido algures nas malhas das horas que passam e n�o voltam, do rel�gio gigantesco da vida que n�o p�ra de rodar, girar fren�ticamente mas simultaneamente a uma velocidade vagarosa.

Caminho; sem pressa. Cruzo-me com faces desfiguradas, presas nas pedras da cal�ada. N�o erguem o olhar nem eu necessito que o fa�am. Apenas preciso que tu levantasses o teu rosto cru e me abarcasses a solid�o, sugando-a toda para um lugar long�quo que n�o conhe�o, nem tu. Mas n�o espero por nada de diferente do que me d�s ultimamente. De ti sei o que o teu olhar me reserva: uma facada inanimada no meu ser abandonado...

[Continua...]



Texto escrito no dia 30.Agosto.2004 , em conjunto com a Vi

quinta-feira, agosto 05, 2004

I know you think that I shouldn't still love you, or tell you that!
But if I didn't say it, well I'd still have felt it! Where's the sense in that?

I promise I'm not trying to make your life harder or return to where we were...

I will go down with this ship and I won't put my hands up and surrender
There will be no white flag above my door...I'm in love and always will be!

I know I left too much mess and destruction to come back again!
And I caused nothing but trouble, I understand if you can't talk to me again...
And if you live by the rules of "it's over" then I'm sure that that makes sense!

[Dido; White Flag]

O momento em que um cigarro cai extinto num cinzeiro transbordante de outros tantos j� apagados transporta a altura em que tu foges do meu pensamento e o vazio se transforma na realidade, sempre crua e fria.

O sonho mostra-se fixo nos dias que correm sem ti, penso no que faria se de novo me entregassem a oportunidade de me re-apaixonar por ti ou por outro algu�m [porque "haver� outro algu�m que me ame e trate bem..."].

Os risos e abra�os que o bendito amor nos oferece e a dor e desilus�o que depois ser�o consequ�ncias fatais de um fim abrupto e sem sentido, deixam-me confusa...ser� que de novo quero sentir paix�o e desejo por algu�m?

O amor � pat�tico...

Mas torna-se necess�rio num mundo que cada vez mais se mostra deprimente e cinzento...numa vida madrastra comp�e-se uma melodia de acordes supranos que nos alegra e nos faz pintar este maldito mundo numa plan�cie verde, solta, plana, na qual passeamos os nossos corpos nus entregues ao sabor do vento...

De qualquer das formas permane�o confusa e sem vontade de ao espelho ver apenas mais uma pat�tica...

Desculpa, mas n�o me apaixonarei...

A little late for all the things you didn't say,I'm not sad for you!
But I'm sad for all the time I had to waste 'cause I learned the truth...
Your heart is in a place I no longer wanna be, I knew there'd come a day
I'd set you free! 'Cause I'm sick and tired of always being sick and tired!

Your love isn't fair, You live in a world where you didn't listen !
And you didn't care...so I'm floating, floating on air...

No warning of such a sad song of broken hearts
My dreams of fairy tales and fantasy were torn apart!
I lost my peace of mind somewhere along the way ...
I knew there's come a time you'd hear me say
I'm sick and tired of always being sick and tired"

[Anastacia; Sick and Tired]

quinta-feira, julho 29, 2004

F�rias
 
Alegria...Busca...Concentra��o...Descanso...Entrega...For�a...Gargalhadas...Hesita��o...

Imperial...Jogos...Kremlin...Liberdade...Maldade...Novidade...Orgulho...Pluralidade...
 
Quimera..Revolta...Sorrisos...Tempestade...Uni�o...Ver�o...Zombaria.

� isto que procuro, � isto que quero deste tempo de hiberna��o no qual vou entrar! Quero isolar-me mas conviver, encontrar-me a mim e os outros em mim, redescobrir a vida vivendo cada minuto na sua maior plenitude. Sigo govinda* na minha maior imensid�o, partindo de f�rias mas levando a saudade como �nica bagagem.

Um grande At� j�...
 
*Govinda = palavra indiana que simboliza um caminho de felicidade e plenitude. (acertaste em cheio...)

sábado, julho 24, 2004

Amigo...

A busca de n�s pr�prios obriga a uma luta constante que vinca as rugas de cansa�o na face de cada um...procuro-me agora por entre a neblina que depositaram na minha vida t�o clara e l�mpida, mas n�o vou desistir enquanto n�o me redescobrir inteira, �nica, simplesmente complexada. 

Quero reencontrar-me com quem fui e com quem eu sei que sou mas que, por diversas e in�meras circunst�ncias, o eu presente aprisionou o outro eu que antes me preenchia e reflectia um sorriso nos outros.

Quero-te ver a sorrir ao meu lado, n�o porque de mim gostas, mas porque te preencho, porque te trago alegria ao presente maltratado. A vida n�o � beijo, n�o � sexo, nem muito menos amor...vida � simplesmente viver...vem viver comigo, ent�o! Vem lutar por ti, em mim...vem e deixa-me ir em meu aux�lio, para assim te poder abra�ar e pegar ao colo em todos aqueles momentos em que te apetece chorar...

Continua apenas a ser O meu melhor amigo...abra�a-me... 

segunda-feira, julho 19, 2004

As batidas entram no meu ouvido como facadas de um material de a�o, que me ferram, me queimam, me deixam sem f�lego...

O cora��o de pulsa��o acelerada provoca no meu corpo sensa��es e atitudes estranhas, as quais n�o controlo...mas deixo que elas existem, pois s�o sinal de liberdade [que tanto ambicionamos e que tanto nos falta...as pris�es, essas malditas...]...olho para o lado e a face das pessoas aparece desfigurada, desenquadrada, variada...n�o faz mal [todos diferentes mas todos iguais!], gosto da desigualdade de padr�es...

Fecho os olhos e ergo a cabe�a, entregando-me �quele beat t�o forte, que penetra no meu Ser como um esp�rito maligno que deixa a sua semente dentro do meu c�rebro e me condiciona a ac��o...bendita "cave", bendito grupo que para l� me arrastou, vida malvada nos separou, desintegrou e deu oportunidade a outros de se juntarem...outros diferentes, outros desiguais...mas n�o faz mal...(nunca faz mal...).

Entrego-me por completo e ignoro os olhares penetrantes de quem me vigia, deixo-me naufragar no sabor da m�sica que entra agora pelos ouvidos de todos o que est�o ali na "cave". Liberto o meu corpo, deixo-o suar como nunca, balan�o-me para a esquerda e para a direita, toco com a m�o no ch�o...rodopio...sou feliz...todos dan�am...todos est�o na boa...os corpos tocam-se sensualmente sem ningu�m reparar...o contacto f�sico na "cave"...os olhares, os toques...o sexo garantido depois de uma noite bem dan�ada... [cada um faz o que entende!]

Salto para a coluna, deixo que o esp�rito me saia pelos poros, sei que capto alguns olhares extasiados mas n�o me importo, vou comigo nesta viagem virtual que me vai levar ao orgasmo mental...rebenta a escala e o pessoal grita, eu grito...a "cave"... [miscel�nea de sentimentos sempre que vou ao Kremlin]




quinta-feira, julho 15, 2004

Procuro mais da sede de viver do que propriamente beber s� de ti. Por tal, hoje, quando acordei, simplesmente sorri. Porque sorrir invoca paz, encontro connosco pr�prios, com a infantilidade que diariamente temos que esconder nas rela��es estabelecidas com o mundo. Porque ao sorrir eu entreguei ao mundo a oportunidade de me conhecer como pureza e ess�ncia, e n�o como mistura e resultados de experi�ncias vividas, passadas.

Sorri. E fez me t�o bem sorrir novamente.

Sai de casa ao encontro de pequenas coisas que h� muito eu perdi de vista. Reparei no sol a nascer, as pessoas apressadas sa�am de casa atrasadas para algum contrato que lhes comprometia a vida. Como as coisas que possu�mos nos acabam por possuir [n�o �?...]. Sentei-me sobre minha M�e Natureza e observei cada movimento com calma e paci�ncia. Renovei as minhas energias em contacto com a minha parte mais genu�na e n�o senti medo de me perder, n�o tive medo de naufragar na minha espiritualidade e cedi � naturalidade dos acontecimentos...e...desapareceste da minha mente, do meu cora��o e os meus sentimentos rodearam-se de uma �urea de luz violeta e senti que estava curada de todos os males que afrontavam o meu ser e n�o me deixavam viver na simplicidade da exist�ncia...e...

Caminhei para casa sem vergonha de sorrir e falar sozinha, a condena��o alheia n�o mais me aflige a partir de agora...voltei a ser Eu, apaixonada pelos meus ideais e pela minha Paz Espiritual, a desenhar o trilho que dantes eu deixei que me tra�assem...voltei a ser feliz e plena de pacifica��o!

E tudo porque sorri.


segunda-feira, julho 12, 2004

Atr�s de ti!

Sigo as tuas pegadas na areia, para n�o dares conta de mim visto-me de transpar�ncia e vagueio pela praia semi-nua, sentindo a brisa do mar implorando para me tocar no corpo, arrepiar-me a pele levar-me � loucura com um simples e mero vest�gio...deixo-me seguir por ti, sei para onde te levas, n�o sei para onde vou contigo! N�o olhas para tr�s, n�o tenho receio que me vejas! N�o � tua caracter�stica retornar ao passado, por isso prossegues a caminhada, e eu sempre ao p� de ti, sem tu notares sequer que a� estou!

As rochas, o vento, a mar�, as gaivotas fren�ticas procurando alimento, ternura, sobreviv�ncia...altivo, imp�es-te em cima de uma pedra e abres os bra�os para sentires com toda a for�a o poder do mar, o poder do vento, o poder de seres homem e ningu�m te poder derrubar. Que vontade tenho de chegar at� ti, te abra�ar e te levar para longe, para te amar...mas n�o, fico c� em baixo, olhando-te de esguelha como quem n�o quer a coisa, porque afinal n�o precisas de mim e eu se analisar bem as minhas for�as tamb�m n�o me fazes falta...

Deixas para tr�s mais outro momento de plenitude que, pela tua ignor�ncia, n�o aproveitas na sua totalidade e continuas a caminhar...nunca reparas em mim, mas eu n�o me importo, porque basta para mim eu reparar em ti, por isso caminho sempre na tua sombra, para que nunca olhes para o lado negro da tua vida, para que nunca te sintas triste por alguma coisa...nunca choraste verdadeiramente � minha frente...nem eu nunca chorarei � tua! Aquelas l�grimas que de alguma forma derramamos um dia foram apenas o reflexo do medo de ficarmos sozinhos...pois j� n�o tenho medo...



Irei sempre te seguir, acompanhar as tuas pegadas...estarei sempre atr�s de ti j� que n�o me queres a teu lado...

...quando tiveres coragem, olha para tr�s...

sexta-feira, julho 09, 2004

Nega��o!

N�o me olhes nos olhos, n�o quero sentir que sou pequena...n�o feches a porta, n�o me abandones, faz com que eu n�o pense. Quero ser fria. N�o te rias, deixas-me nervosa e envergonhada. Nem te mexas, fica asssim para te tirar uma fotografia mental e guard�-la com mais carinho que alguma vez eu sentirei por ti.

Deixa-te estar assim, quieto, n�o fales pois n�o vale a pena, o sil�ncio nao incomoda mais...N�o, n�o me voltes a olhar, j� disse que n�o o quero. Respeita-me e aprende a ver-me como algu�m que te faz falta, como algu�m que foi mas que ainda � na tua vida. V�-me como uma borboleta j� feita mulher e n�o uma simples larva ainda por crescer e aprender.

O soco que me deste avivou em mim sentimentos h� tanto tempo escondidos e perdidos. Sim, podes vir ter comigo agora, mas n�o olhes nem fales, incomoda-me o teu olhar e a tua voz. Transcende-me o Ser. N�o quero mais ter-te aqui comigo e ver que somos um s�, quero-te distante do meu pensamento, quero te ver partir e sentir-me feliz por isso.



P�ra, escuta o som que o meu cora��o canta para ti. N�o percebes que pertencemos um ao outro...sim, estou outra vez fora de mim, pe�o perd�o. N�o quero mais sentir-me assim: rebaixada perante a tua gigantesca presen�a.

N�o te quero pedir desculpa, n�o sinto que o deva fazer. Anda, caminha em minha direc��o mas n�o te aproximes em demasia porque me deixas descontrolada, salto para ti e n�o mais me apanhas. N�o repares em mim quando estou contigo mas sente a minha falta quando est�s sozinho. N�o elogies as minhas cal�as, v� antes o meu corpo, mas n�o te limites a venerar a minha pele, encontra a minha esss�ncia, o que trago debaixo da roupa, o que transporto dentro de mim.

N�o, n�o estou gr�vida mas podia estar e neste momento n�o me importava. Queres ter um filho? Ah, meu n�o. N�o faz mal, n�o fales. N�o quero saber! Tens outra? Tal como no meu sonho. Ent�o chega. Deixa-me voltar a dormir e sonhar, porque enquanto sonho n�o encaro a realidade e sempre te posso venerar como ainda sendo meu...

terça-feira, julho 06, 2004

Lembra-te algo?...

�E eu fui, com ele. N�o foram onze minutos, mas uma eternidade, era como se os dois sa�ssemos do corpo e caminh�ssemos, em profunda alegria, compreens�o e amizade, pelos jardins do para�so. Eu era mulher e homem, ele era homem e mulher. N�o sei quanto tempo durou, mas tudo parecia estar em sil�ncio, em ora��o, como se o Universo e a vida deixassem de existir e se transformassem em algo sagrado, sem nome, sem tempo. (...) Abra��mo-nos como se fosse a primeira vez que tiv�ssemos feito amor nas nossas vidas.
(...)
Em seguida abriu um livro e leu:
"Tempo para nascer e tempo para morrer.
Tempo para plantar e tempo para arrancar a planta.
Tempo para matar e tempo para curar.
Tempo para destruir e tempo para construir.
Tempo para chorar e tempo para rir.
Tempo para gemer e tempo para bailar.
Tempo para atirar pedras e tempo para recolher pedras.
Tempo para abra�ar e tempo para se separar.
Tempo para ganhar e tempo para perder.
Tempo para guardar e tempo para deitar fora.
Tempo para rasgar e tempo para coser.
Tempo para calar e tempo para falar.
Tempo para amar e tempo para odiar.
Tempo para guerra e tempo para paz."


Aquilo soava como uma despedida. mas era a mais linda de todas as que eu podia experimentar na minha vida.�
Paulo Coelho em Onze Minutos



Ao som de Paul van Dyk ("Time of our lifes...") pergunto-me se te lembras de algo hoje...

segunda-feira, julho 05, 2004

O remexer do Ba�

Um misto de sentimentos que surgiram porque novamente senti o passado remexer com o presente e aquele piscar de olhos, e aqueles bra�os apertando-me contra o corpo que venerei um dia l� atr�s! este Fantasma fez me esquecer por momentos a dor que sinto em ter perdido a "chave da felicidade" e a ingenuidade de cada gesto e de cada olhar que trocamos reportou me para um ano atr�s quando me sentia fr�gil perante a gigantesca presen�a dele...e senti me t�o pequena quando ele me perseguiu com o olhar e quando, ao fixarmos os olhos um no outro ele sorriu com cumplicidade! sei que apenas mais uma fui na vida dele, mas ontem fui eu, Andreia, perante ele, Fantasma...e senti me bem com o facto de ficar nervosa e de estremecer quando ele passava por mim e de me sentir observada, olhada e quem sabe desejada...porque depois de um m�s (fez ontem...) eu voltei a sentir me viva...porque � preciso penar para aprender a viver, e a vida n�o � existir sem mais nada, a vida n�o � dia sim dia n�o, � feita de cada entrega alucinada, para receber daquilo que aumenta o cora��o!, j� dizia Mafalda Veiga! e eu assino por baixo....

sexta-feira, julho 02, 2004

�s vezes � preciso escolher. Decidir. Optar.

Estou em frente da tua casa, n�o sei se hei-de tocar e falar contigo, dar te um abra�o e dizer: "Apesar de tudo ainda te Amo..." ou se hei-de ficar aqui, quieta, vendo vultos vagueando pela casa, sem coragem e impotente, imaginando como seria se desse o passo fatal.

N�o sei se hei-de arriscar receber um "N�o" que destruir� este "Sim" ilus�rio que, mesmo n�o existindo, me d� esperan�a para viver, para manter os meus olhos abertos, � procura de uma nova Luz. N�o sei at� que ponto ver a tua face, o teu sorriso, o teu olhar vai ser bom ou vai deixar a minha alma ainda mais esfarrapada do que j� est�.

� preciso fechar os olhos e ouvir o cora��o. Sentar e meditar. Escutar a voz de Deus com aten��o, sem medo, sem dubiedade...a vida � feita de cada entrega e paix�o, de cada escolha acertada ou mesmo errada, a vida � feita de coragem.

Afasto-me da tua casa...do meu sonho, do meu mundo, da minha liberdade e plenitude.

Sim...porque, �s vezes, continua a ser necess�rio escolher. Decidir. Optar.


segunda-feira, junho 28, 2004

Cor!
A cidade mergulha neste asfalto de perigo, a chuva come�a a cair, as pessoas a correr...E eu, parada, presencio a tudo com cautela, medita��o, calma, al�vio, respeito e contempla��o! Pois preciso de sentir a chuva tocar-me sensualmente na pele, sussurrando-me que ainda vivo, que ainda sou Pessoa, que ainda tenho uma ess�ncia para entregar ao meu pr�ximo...

Sou a �nica que permanece seduzida pela cal�ada j� enxuta por tanta gota de �gua que os C�us derramam...sou a �nica que n�o corre nem anda, que n�o se mexe, que n�o reage...

Apesar de cinzento, vejo o dia, as pessoas, a cidade...colorida! Porque hoje eu vejo cores! Porque hoje eu sou cor!


sexta-feira, junho 25, 2004

Sozinha

Por muito que me tente abrigar por detr�s desta m�o cheia de m�scaras, na minha ess�ncia procuro ainda uma resposta para a exist�ncia de tanta dor...
Ap�s teres fechado a porta e de eu ter rodado duas vezes a chave na fechadura, esperando n�o mais voltares porque, como n�o o irias fazer eu n�o o teria que imaginar, a dor apossou-se do meu corpo e o sil�ncio instalou-se nesta casa onde, antigamente, a tua voz ressoava e os meus risos pintavam as paredes de milhares de cores...Agora resta-me o sil�ncio, as paredes cinzentas pedindo risos, os ecos que j� n�o existem, a vida que morreu...Quero abrir de novo a porta mas d�i ficar � tua espera eternamente na entrada, por baixo da ombreira castanha...sei que n�o voltas, que n�o mais queres entrar...ent�o para qu� esperar por quem nunca chega?...� prefer�vel viver na esperan�a e no engano, ou realmente encarar e amadurecer com a realidade?
Tento aprender a viver com esta aus�ncia e solid�o, tenho tanta e t�o pouca gente ao meu redor, gente j� mo�da com esta hist�ria, j� cansada de acarretar com o peso de n�o saber mais o que dizer..pois n�o digam, n�o quero ouvir...deixem-me contemplar este sil�ncio ensurdecedor, deixem-me viver com esta solid�o, deixem-me mergulhar nesta tristeza...j� n�o tenho risos nem pinc�is para colorir a minha vida, j� n�o tenho nada para ofertar ao meu pr�ximo! j� n�o sou quem conheci...



Sou apenas um mero po�o de l�grimas...

terça-feira, junho 22, 2004

Inspiro os �ltimos instantes da tua presen�a neste quarto escuro, gosto de te sentir a desamparar-me, libertando-me do desejo de para sempre te amar! Tenho pressa de chegar a um futuro que n�o queres pintar comigo, mas que eu insisto em imagina-lo todas as vezes que deleito o meu corpo nos len��is onde uma noite tu me amaste e escreveste o nosso nome com gotas de suor...

Afastaste sem sequer te aperceberes que � a ultima vez que me v�s, a oportunidade derradeira para dizer que me amas, esta tua ida seria a tua ultima chegada at� mim...

Ainda olhas, sinto que pressentes a tens�o no ar, o nervosismo pairar sobre n�s, sobre esta despedida desconexa de toda uma vida que constru�mos...o porqu� de te deixar?

Para n�o mais te sentir a abandonar-me...



Antes de partires definitivamente, escuta o vento e abra�a o sol, cada raio � uma vida, cada singular gota de orvalho com que te cruzas de manh� � uma gota que a minha alma chorou por N�s, e cada sorriso de crian�a que vejas, acredita, representa todos os momentos onde te fiz feliz...e muitas vezes n�o o fui!

Agora sim, posso deixar-te...Agora sim, podes ir...fecha a porta devagar, n�o queiras acordar os vizinhos...

Durmo...

terça-feira, junho 15, 2004

Vale a pena?...

Vale a pena fingir, continuar a encenar?



Digam-me, por favor, se vale a pena ser quem n�o sou, camuflar os meus sentimentos, fingir e iludir-me que est� tudo bem quando eu sei que n�o est�...
Vale a pena continuar nesta ilus�o e nesta esperan�a que tudo vai correr pelo melhor, que Deus s� quer o melhor para mim e que eu sou forte?
Vale a pena continuar a viver com a determina��o e seguran�a que sempre tive, mesmo sabendo que estas j� desapareceram?
Vale a pena?...

Voltarei quando conseguir escrever sobre algo diferente e menos deprimente...
Sim, parto, mas partirei com a promessa de voltar em breve!

Um beijo e um Muito Obrigado a todos os que acompanham o blog...

domingo, junho 13, 2004

Cara Lavada
Em vez de me levantar cedo hoje, chego de manha a casa e acompanho todo o mundo a acordar, lentamente, os p�ssaros a palrarem algumas melodias que embalam o meu andar at� ao aconchego do meu lar...mal chego, estico-me no sof� e balan�o a minha vida naquela noite, o que vivi, o que experenciei e o que senti...ao fechar os olhos sinto-me crian�a a navegar num carrocel, a alta velocidade, sem ningu�m para parar, para amparar a queda que estou prestes a dar...Acordo, o sonho alterou os meus sentidos, n�o cheguei a cair do carrocel porque ganhei asas e voei, para longe de tudo o que me liga a este mundo. Nesta manh�, antes de me deitar na cama, olho-me ao espelho e a minha face rosada n�o engana: sou Outra, de Cara Lavada...

sexta-feira, junho 11, 2004

Todas as fotografias, de todos os jantares, de todas as ocasi�es...o sorriso, a "personifica��o do Amor"!...todas as flores, todas as p�talas, todos os encantos, todas as mensagens, os toques....mas pior, todas as lembran�as, as imagens mentais que n�o se afastam da mem�ria, todos os sentimentos sempre � flor da pele! mas acima de tudo, a vontade de estar t�o bem como tu!

Adeus...

segunda-feira, junho 07, 2004

Tentei fazer o melhor que podia, dar tudo o que tinha para dar, ser a melhor entre as melhores para reparares em mim...
Reparaste em mim, deste-me luz verde, gostei de ti, beijaste-me os l�bios molhados de cerveja, aconchegaste o meu desamparo e a minha loucura nessa noite, iniciaste um ciclo que julguei n�o ter fim.
Prosseguiste sempre ao meu lado, apoiando me cada vez que tinha medo de olhar em frente, para o futuro e cada vez que as memorias, o passado, assaltavam o presente que desfrut�vamos juntos.
Viste me crescer enquanto pessoa, vi-te sorrir como crian�a, vi-nos apaixonados um pelo outro e os dois pela vida e pela harmonia que Deus nos entregava como b�n��o.
Partilh�mos momentos �nicos, sentimentos inigual�veis, toques e beijos que n�o provarei igual de ningu�m...descobrimos a intimidade de cada um, sem medos e preconceitos, apenas pelo simples gosto de aventura e paix�o, pelo simples facto de nos fazermos felizes mutuamente...
Queria poder dizer te que tudo o que aconteceu guardarei dentro do meu cora��o, neste ba� gigante no qual cabe toda a gente, todos os sorrisos, todas as paix�es e atrac��es...gostava de te dizer que te guardaria aqui, mas n�o consigo! �s demasiado especial para te misturares com �gua...�s azeite, precisas de um departamento especial...como n�o o tenho, n�o te guardo...deixo de te possuir, se alguma vez tive oportunidade de o fazer, e liberto-te para voares, n�o te guardarei, n�o te aprisionarei...deixarei que sejas Sol como eu sou Lua, para abra�ares o Mundo e n�o mais me procurares...


sábado, junho 05, 2004

Ponto Final
Puseste um Ponto Final nesta hist�ria que ambos constru�mos e vivemos com intensidade, ainda n�o consigo perceber como � que isto aconteceu, o porqu� de ter acontecido....
Ainda tenho esperan�as que voltes atr�s e apagues com borracha esse ponto final t�o redondo que desenhaste na minha vida...tenho f� que seja apenas e somente um ponto e v�rgula...por�m sei que s� estou a alimentar sonhos e ilus�es e que depois, o que se suceder�, ser� retic�ncias atr�s de retic�ncias...

sexta-feira, junho 04, 2004

N�o vou ficcionar um acontecimento, dar profundidade a algo f�til como me disseram no outro dia! Hoje vou ser eu, Andreia, a escrever sobre mim enquanto Andreia...deixar para tr�s as frases belas, esquecer a fic��o e falar de mim, s� de mim...
Estou perdida sem ti, admito! e o que me custa � que nem sequer partiste ainda...mas s� de perspectivar que tal coisa poder� acontecer, passo o tempo todo esquecida no ch�o, a chorar e a rebolar de medo de te perder...e sei que hoje � isso que vai acontecer...
o meu feitio n�o ajuda...questiono-me se n�o tivesse eu tocado na ferida, se tu o farias! ou se hoje estariamos bem, a chamar amor um ao outro como se nada se passasse e se esta situa��o se arrastasse por muito mais tempo...
Que se passa connosco?...que se passa comigo e com o mundo? Que tenho eu de mal? Que disparate � este?, que disparar de sentimentos?, sentimentos estes que n�o consigo domar...
Estou cansada de chorar...Estou cansada de pensar...
esperarei por hoje...mas esperarei que n�o me deixes...eu simplesmente amo-te...

quarta-feira, junho 02, 2004

A Minha Outra Face

�s vezes queria acreditar que toda esta dor n�o passa de uma pura e mera ressaca de uma noite passada nos copos...�s vezes queria acreditar que a tua aus�ncia � apenas o fruto de uma alucina��o provocada por uma droga qualquer que me incutiram numa bebida...�s vezes queria pensar que a minha falta de paci�ncia para com o mundo � apenas e simplesmente uma escapat�ria para admitir que efectivamente tenho mau feitio e n�o sei conhecer os outros...�s vezes queria acreditar que eu pr�pria sou um boneco de neve e que vou derretendo aos poucos, para desaparecer em breve deste manto branco que � a vida...�s vezes queria voltar a ter cinco anos para me perder na infinidade do meu mundo cor-de-rosa que cuidadosamente pintava...
�s vezes tenho vontade de ser eu para ser outro algu�m, perder a minha identidade e encontrar estabilidade noutro ser...ser a Minha Outra Face!


segunda-feira, maio 31, 2004

Vieste ter comigo, mais uma vez possu�ste me como um L�cifer embriagado, abusaste da minha fragilidade, navegaste no meu sexo ate ficares completamente esgotado...para no fim me abandonares � solid�o, ao ch�o frio do meu quarto que sem ti se transformou num autentico lago gelado que podia quebrar a qualquer instante...depois de horas intensivas de tortura, deixaste me ao sabor do vento e da magoa e foste embora para nunca mais voltares...

sexta-feira, maio 28, 2004

Vejo-te parado a olhar para mim enquanto o autocarro parte, sem preoupa��es, pronto a cumprir o seu destino...continuas parado, ao p� da paragem, sem tirar os olhos de mim que, com a face encostada no vidro marcado pelo vandalismo, deixo rolar uma l�grima n�o de tristeza nem de desgosto ou m�goa, mas de desilus�o...sei que n�o querias, sei que n�o fizeste de prop�sito...mas tamb�m sei que poderias ter prevenido esta queda desastrosa...n�o guardo rancor, nem quero que o tempo atr�s volte...apenas te pe�o que me deixes de olhar, que n�o te preocupes comigo, d�-me asas porque preciso de voar...deixa este autocarro partir, n�o me obrigues a olhar para tr�s, para o teu olhar estagnado em mim...
Tal como este dia esvoa�ou num �pice, tamb�m eu e este autocarro partimos sem te aperceberes!

terça-feira, maio 25, 2004

Sentido da Vida
Estou sentada � mesa de um caf�, esperando a tua vinda, aguardando o teu Bom Dia inesperado mas sobretudo alegre...olho pelo vidro embaciado procurando a tua face que se perde inevitavelmente entre outros tantos rostos...
A chuva que come�a a cair lentamente l� fora salpica os corpos cansados da rotina do dia a dia...aumenta a intensidade da chuva, aumenta a correria na rua, aumenta a minha inquietude...
Onde estar�s tu?
Volto me para o meu espa�o e percebo que n�o vais aparecer: �s como esta chuva que cai l� fora...tempor�ria e inconstante...
� neste minuto de reflex�o que o arco-�ris se ergue no c�u, terminado com a chuva irritante e exibindo a todos o belo Sol que ainda brilha...e � neste preciso e �nfimo minuto que percebo o sentido da minha vida...sentido este que n�o se segue para ti!


domingo, maio 23, 2004

Ainda com sono, procuro-te desesperadamente nos len��is que abrigaram o nosso corpo na noite que passou....n�o posso acreditar que voltou a acontecer...acendo a luz rapidamente e abro os olhos como se fosse a primeira vez!...n�o estavas l�...terias ido embora? Estarias a tomar banho? Ou foste apenas comprar o pequeno-almo�o? Mais uma vez temia o pior...n�o � a primeira vez que sou deixada assim...um corpo frio, numa cama fria, num quarto gelado...n�o � a primeira vez que sou abandonada....



N�o voltaste!!...Tamb�m n�o te esperei...

sexta-feira, maio 21, 2004

Quando nos chega, mais uma vez, um tsunami � nossa vida, como se reage? Mesmo j� se tendo passado por ele duas, tr�s vezes? Ser� que agora n�o estaria eu mais preparada para o enfrentar? Mas e se ele ainda for de maiores dimens�es, indom�vel, completamente possesso e al�m das minhas capacidades enquanto ser humano? N�o terei eu, dentro de mim, alguma po��o m�gica escondida para me ajudar a superar o medo de ser sugada por esta alta onda de dor e revolta?....

Pensava que desta vez iria ser diferente...quis gritar de tal forma que sobreviveria a mais este choque agudo que o meu grito ficou preso nas entranhas do meu corpo e n�o consegui expeli-lo de forma alguma...
Sem d�vida que estou triste....
A minha vontade � levantar-me deste sof� doce e destruir tudo em meu redor, arrebatar cada canto com as minhas l�grimas sinceras, com os meus gritos silenciados....
A minha vontade � ajudar-te, meu querido...
A minha vontade � fugir e ausentar-me para n�o assistir � tua fragilidade, ao teu ser desmoronar-se como simples pe�as de domin�...
O meu maior desejo � nunca mais acordar....

Medo....

quinta-feira, maio 20, 2004

O anoitecer...
Desvendo atrav�s das cortinas da minha janela a beleza do Sol a evaporar-se por entre nuvens e um c�u manchado em tons de rosa e violeta...o misto de cores inspira-me a queimar incenso e sentar-me para reflectir, para meditar...h� muito que n�o o fa�o, h� muito que n�o me concentro o suficiente para repensar na minha vida...
Eis chegado o momento em que grito este n� tanto tempo silenciado, eis o anoitecer em que solto uma gota de suor, s�mbolo de luta e sacrif�cio....eis a altura em que elevo aos c�us o meu dom, o dom de fazer sentir?


Foto de Carlos Dias

Obrigado a todos?

terça-feira, maio 18, 2004

Amn�sia...
Procuro-te neste quarto, naquela cama, nestas paredes....procuro-te porque n�o te lembro...n�o tenciono ver-te na totalidade, como se de uma fotografia se tratasse! mas conseguir imaginar um sorriso teu j� me preenchia a alma!
N�o existes dentro da minha mem�ria desde o dia em que, sem hesitar, resolveste virar as costas e desaparecer...por�m, a quest�o permanece imut�vel desde a�: foste tu que fugiste, ou fui eu que te abandonei?
N�o me lembro, s� sinto este buraco, este vazio....

segunda-feira, maio 17, 2004

Escolhe o Bem...

"Escolhe AMAR....em vez de odiar!
Escolhe CONSTRUIR...em vez de destruir!
Escolhe PERSERVERAR...em vez de renunciar!
Escolhe LOUVAR...em vez de criticar!
Escolhe CURAR...em vez de ferir!
Escolhe VIVER...em vez de....morrer!"
(Desconhecido)

Eu escolho sonhar, desejar, acreditar...eu escolho-me a MIM e ao meu valor...
E tu?....que escolhes?....

sexta-feira, maio 14, 2004

Est�s sentado, inquieto, numa poltrona preta, quente, sufocada pelo teu corpo escaldante...eu, secreta e misteriosa, invado o teu canto de reflex�o, com um vestido comprido, preto, transparente, demonstrando a minha nudez, o meu intimo...
Escutas os meus passos, silenciosos, mas escutas porque pressentes a minha chegada, o meu cheiro persegue a casa toda e o meu corpo seduz as paredes que te envolvem!
Suspiras quando me v�s entrar pela porta, encostar no parapeito...olho-te profundamente e sentes-te incomodado:como te conhe�o, como sei que n�o queres que te descubra a ess�ncia, o teu eu, a tua verdade absoluta!!
Prossigo, determinada como sempre, balanceando o meu corpo ao sabor do teu desejo em comunh�o com a minha paix�o...sei que me queres,sei que me desejas, porque sinto o fervor sair do teu corpo, metamorfoseando-se em pequenas e inocentes gotas de suor...
Beijo-te ao de leve os l�bios e fa�o-te acordar para a vida! Estou aqui e sou tua...
...se me amas...possu�-me!!!

quarta-feira, maio 12, 2004

Sei....
A vida nem sempre nos pode desvendar que tudo � belo...
Mas sei...
A noite �s vezes torna-se t�o indistinta que acabo sempre derrotada no ch�o, a estremecer por um abra�o...
Sei...
O sol nem sempre cintila como quero, nem sempre os seus raios queimam a minha pele e me fazem sentir viva...
Mas sei....
Que o que resta de n�s � esta assombrosa Amizade...n�o a deixes abater-se no abismo do esquecimento, n�o me percas e n�o mudes...n�o te tentes pela sociedade, nem erres e n�o aprendas...
Sim, � para ti...
Sei que sabes que � para ti...
Mas sei que seremos c�mplices o resto...o resto da vida...

segunda-feira, maio 10, 2004

Pausa para um Caf�...
Paro, tenho que parar sen�o entro nesta montanha russa e s� estanco o meu pr�prio corpo quando estiver deitada sobre o ch�o imperdo�vel da loucura!
Paro porque preciso de parar, para fumar um cigarro e me deixar levar pelo fumo que incendeia o espa�o em meu redor, para me deixar embalar pelo cheiro a nicotina e a doen�a e a mortes e a tristeza...para me ver morrer como o cigarro que acendo, vivamente, mas que depois se afoga num cinzeiro!
Tenho que parar para, com o cigarro que me delicia neste momento �nico, juntar um caf�! Um caf�, para, mais uma vez sozinha, me deixar reflectir na cafe�na que vai entrar no meu corpo! Para que, com este caf�, a minha pausa seja a mais relaxante de sempre...
Porque simplesmente preciso de parar...para voltar a correr!

sábado, maio 08, 2004

�s vezes sinto que o melhor a fazer � desaparecer por tempo indeterminado e testar as pessoas�ver o quanto fa�o falta�ou analisar se a minha presen�a passa despercebida�
Preciso de saber se algu�m sente saudades minhas!...Porque eu sinto saudades do que j� fui�

terça-feira, maio 04, 2004

M�sica

Escuto em sil�ncio a m�sica que nos uniu naquele minuto, que nos prendeu o olhar e n�o nos deixou distanciar mais�
Escuto em sil�ncio a m�sica que nos apaziguou, que purificou as l�grimas de tristeza e as supriu por outras, mais ricas, puras�choramos os dois essas que nunca ningu�m lastimou, derretendo e moldando os nossos corpos ferventes num s� como se de barro, de plasticina se tratassem!
Escuto A M�sica�e um arrepio persegue a minha pele, penetra o meu corpo em suaves e doces car�cias, devolvendo-me aquela sensa��o de al�vio, de descanso, de tranquilidade, de paz e prazer�
Desligo a aparelhagem�mas a m�sica continua a tocar, dentro de n�s, para todo um Sempre�


Ao Som de ... Moody Blues - Nights in White Satin

sábado, maio 01, 2004

S� tu me fazes sorrir sincera e honestamente...s� tu me fazes Amar os pequenos momentos como se de grandes se tratassem...s� tu me fazes dar import�ncia a uma p�tala de cravo ou a um sorriso de crian�a...
S� tu me fazes alcan�ar a explos�o que � a Alegria de Viver!!!!!

segunda-feira, abril 26, 2004

Amizade...a tua Amizade...

Amizade � um namoro...um entardecer de olhares c�mplices que se revelam em segredos partilhados numa noite de Crian�a...
Amizade � quando um raio, um �nico raio te escalda o corpo numa noite de Inverno...
Amizade sou "eu", �s "tu"...Amizade somos N�s num s�...


quinta-feira, abril 22, 2004

Um Ano...
Faz um Ano que tudo mudou neste meu caminho cheio de curvas...faz Doze meses que a curiosidade e a descoberta possuiram-me de tal forma que a minha alma rebentou no ar tal e qual um menino rebenta o seu bal�ozinho...
Faz um Ano em que o Sil�ncio deixou de existir e sozinha n�o quis mais avan�ar porque, na verdade, pensei que teria encontrado algu�m para proteger o meu corpo fr�gil das golpadas trai�oeiras da noite sempre fria...

Shiuuuuuuu...

Deixa-me estar sozinha, em Sil�ncio...porque depois de tanto tempo consigo novamente escutar a Voz da Alma e re-apaixonar-me pela sua Grandiosidade...Contemplo estes minutos porque s�o raros, porque s�o �nicos, porque assumem-se como pequenos tesouros que tenho que enterrar no meu cora��o e pensamento, para nunca mais ningu�m mos roubar...Neste Sil�ncio oi�o-me a mim, neste Sil�ncio oi�o o meu cora��o palrar a verdade...

Shiuuuuuu.....

Deixa-me am�-lo uma �ltima vez....

...deixa-me amar o Sil�ncio...





terça-feira, abril 20, 2004

Uma folha que cai de uma �rvore diz-me que s�o horas de voltar, de me entregar novamente � rotina extasiante da minha vida! E sigo essa pequena folha, deixo-me ent�o levar pelo vento, copio-lhe o andar leve e voante, a despreocupa��o de n�o ter medo de ir contra as coisas que se lhe disp�e pelo trilho que quer seguir...e nesta roda viva, dou por mim perdida mas encontrando a mim pr�pria...

quarta-feira, abril 14, 2004

Tempo...
Perde-me...

Perde-me de vez...deixa-me partir, n�o tenhas medo...pois quando tu sentires a minha falta, quando sentires verdadeiramente uma saudade minha que n�o consegues controlar...eu volto para ti...

...eu voltarei para ti...

terça-feira, abril 13, 2004

Rel�gio da Vida!
Um ser desfigurado estende-me a m�o para entrar numa sala estranha, toda envolvida num preto assustador....e eu, curiosa, aceito...levanto-me da cama e deslizo at� l�....
Entrei...o meu corpo deu uma volta completa em torno de si mesmo, as minhas m�os alongavam-se pelo espa�o, os meus cabelos estavam mais compridos que nunca, o meu corpo tornara-se preto, do preto da sala, do preto confuso e apavorante! Gritei! Gritei t�o alto que tudo parou...o preto limpou-se devagar, dando lugar a um p�rola sereno e tranquilizante...eu voltei � normalidade...
Por�m, continuava naquela sala que persistia no seu ambiente misterioso! O ser deformado reapareceu e encaminhou-me para o centro da sala...Gradualmente, comecei a escutar um "tic-tac" que me afligia...de minuto a minuto o som ia aumentando e eu levava as m�os � cabe�a, ajoelhando-me no ch�o, implorando para o som cessar, para acabar o mart�rio, a tortura, a loucura....O som n�o cessava e, em sintonia com as gargalhadas sonantes do Ser maldito, tombei o meu corpo no ch�o e apaziguei a minha alma....Adormeci e sonhei que me foi entregue o rel�gio da vida, da minha vida...que tinha nas minhas m�os o meu destino, o meu "tic-tac", pronto a ser tocado da forma como eu quisesse....
Quando me apercebi o efeito da subst�ncia havia passado e eu estava no caf� com os meus amigos...
Confuso?...

sábado, abril 10, 2004


Levanto-me de madrugada pois escuto os teus passos pela casa vazia e oca...vou ao teu encontro, de mansinho, como quem tem medo de algo inesperado...J� est�s sentado num canto, com as m�os sobre a cabe�a, solu�ando feito b�b�, contra a parede fria e nua...precisas de ajuda, sei-o bem...aproximo-me, caminho em tua direc��o, n�o te querendo assustar! Quando estou a teu lado, sento-me sobre as minhas pernas tr�mulas e estico o bra�o para, com a minha m�o suave, te acariciar o cabelo...mas uma barreira de ferro ergue-se entre o meu mundo e o teu e n�o tenho coragem para a deitar abaixo...levanto-me inconscientemente e regresso para a cama que agora est� fria, sem a tua presen�a, sem o amor que ali j� fizemos...n�o me viste, mas sei que sentiste que estava ali...sei que sentiste que te tentei ajudar...

sexta-feira, abril 09, 2004



N�o sei porqu�...mas resolvi deix�-la cair levemente, sem pressa, sem medo e sem vergonha...deixei-a simplesmente libertar-se...agora...

quinta-feira, abril 08, 2004

" Cuida-te quando fazes chorar uma mulher, pois Deus conta as suas l�grimas...
A mulher foi feita da costela do homem, n�o dos p�s para ser pisoteada, nem da cabe�a para ser superior, mas sim do lado para ser igual, debaixo do bra�o para ser protegida e do lado do cora��o para ser amada..."�
Desconhecido

terça-feira, abril 06, 2004

...be more like me...and be less like you!
Ao fechar os olhos espalho pelo caminho que crio mentalmente pequenas p�talas, simbolizando recorda��es de tudo at� agora...Indescritivel o que sinto quando ven�o mais uma batalha....e esta batalha que ainda perdura, prolonga-se pelo infinito e abarca os teus pensamentos em uni�o com os meus...
Sinto-me uma s�...e n�o a soma de todas as part�culas minusculas em que, durante todo este tempo, me subdividi...
Um cheiro reconhecido passa por mim e deixa uma saudade que n�o quero sentir...Estou diferente, sou diferente....n�o sou quem conheci, n�o sou mais a distra�da que trope�ava em cada sorriso teu...

...porque a minha liberdade chega quando sinto o orgasmo da vit�ria...


domingo, abril 04, 2004

N�o sei...
Falei contigo imenso tempo, as nuvens acompanhavam-me o andar, os anjos estendiam um tapete vermelho por onde passava...a tua voz fez-me renascer, acreditar que afinal possa haver um futuro para n�s...reacendeste a chama h� muito apagada por ti...pediste para nos vermos, disseste que sentias saudade....ser� que a saudade que dizes sentir por mim � t�o grande como a que eu sinto por ti?! Ou essa tua saudade � apenas ilus�ria, uma saudade que inventaste para me reconquistar, para mais uma vez me teres!?
N�o sei...

sexta-feira, abril 02, 2004

N�o sabes nada...
Desenfreadamente, invadiste a minha propriedade privada e arrebataste com todos os momentos que tivemos juntos...! estavas sitibundo de paix�o, de contacto corporal, de sentires que algu�m te quer, que algu�m te deixa entrar...sem sequer tocares � porta, responderes quem �s afinal...simplesmente porque n�o precisas de te identificar...conhe�o-te t�o bem...
Conhe�o-te como me conhe�o a mim mesma, as entranhas mais secretas, as passagens que s� algumas pessoas t�m acesso, os segredos que habita nesta mente, neste corpo arrebatador...sei quando est�s contente, sei quando est�s triste...sei quando em ti habita um sentimento de raiva, que tencionas expelir atrav�s de um momento de pancadaria com algu�m....sei quando em ti ocupa um sentimento de ternura, ao recordares algu�m que te � querido, ou ao visualizares alguma coisa que te remeta para o mais intimo de ti que s� eu, sem mesmo tu saberes, tenho acesso...n�o sabes de nada...

segunda-feira, março 29, 2004

?
Sentada numa esplanada, expondo a minha pele ao tempo incerto, oi�o uma m�sica ao longe que me transporta para um espa�o ut�pico, evocando a minha inoc�ncia, inf�ncia...um espa�o que me remete para o dia em que Te encontrei...
Abra�o o sonho e a recorda��o, levanto a minha face perante as adversidades e solto um sorriso escondido � muito tempo...� bom lembrar-Te, � bom ver-Te, � bom libertar-me das amarras que me prendem � hiberna��o e caminhar de novo por esta terra aquecida pelo carinho que deposito em tudo o que fa�o...
N�o perco tempo e corro...corro, navego, perco-me no arvoredo e descubro um mundo novo, onde as aves cantam melodias serenas e os peixes fazem acrobacias por entre ondas esplendidas de arco-iris...
Planto o meu caracter na areia movedi�a e estabele�o contacto comigo mesmo...a brisa terna e meiga toca o meu corpo gentilmente como ningu�m o tinha feito at� � altura e beija-me loucamente...Parto, determinada, nesta viagem sem volta, por entre ilus�es e cren�as, sentindo cada momento como se de �nico se tratasse....
Vejo-Te l� ao fundo, de bra�os abertos e sorriso na face...Encontrei-Te e n�o mais Te quero perder...�s a minha for�a, o meu alento, a coragem que preciso par gritar ao mundo quem sou e o que quero fazer...�s a vela que queima dentro de mim e que provoca ao meu redor um inc�ndio de amor...�s o que quero almejar, �s a minha confian�a...�s um Exemplo �nico que adorava seguir, masn �s inanting�vel e esse sorriso que na minha inf�ncia encontrei, n�o mais vi...contudo, sei que continuas l�, naquele mundo imagin�rio, esperando por me receber com o mesmo sorriso na face e ainda com os bra�os abertos...
Mesmo tenho certeza disto tudo...continuas a ser um grande e enorme e assustador ponto de interroga��o!